Chef Sérgio lança curso para escolas 1m2m4r
Manhã de 18 de maio de 1995 quase meio-dia. Neste momento cem por cento dos aparelhos de televisão existentes em Ascurra estavam sintonizados no SBT. Cem por cento dos ascurrenses, com o coração na mão e olhos fixos na emissora do Silvio Santos.
Aquele ex camelô, podre de rico às custas dos sonhadores que tentam a sorte na Tele Sena, estaria mais uma vez entregando um insignificante (para ele) cheque aos felizardos e muitos, desdentados, vindos de todo o país. Gente, simples que tenta a sorte sempre na esperança de um dia ganhar um prêmio.
Porém este dia foi especial. Ocorre que um pacato ascurrense estaria lá buscando aquilo que a sorte reservou: Um cheque de R $25.000,00. De início o ascurrense ficou feliz. Abraçou a mulher, o filho e o Tico. “Grazie a Dio. Adesso ghe metema an poc de soldi nela popança”, disse ele do alto dos seus dois metros de altura.
Logo depois o medo começou a tomar conta do ascurrense: ir a São Paulo de ônibus e ainda falar em público? “No mi no vago. Dopo quei li che laora com mi ei me ride fora”. Para encurtar a história, o ascurrense concordou em ir, porém não antes de uma semana de treino para o discurso de posse (do cheque).
A famosa musiquinha do “Silvio Santos vem aí” abriu a tela do SBT e lá estão eles: O ex- camelô e nosso herói, o primeiro da fila. Seria o primeiro a ser entrevistado. Que desespero! Quem é você? Pergunta Silvio Santos. Eu me chamo “fulano de tal” e moro em Ascurra em Santa Catarina. Silvio entrega o cheque, cumprimenta e segue para o próximo da fila. Perceberam a grandeza das palavras? O grau de inteligência aplicado? Sim minha gente. O ascurrense não falou besteira, não envergonhou a cidade, falou somente o necessário. Ele sabia que boca fechada não entra mosca. Por isso ele foi nosso herói!
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