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Mais uma vez trazemos à tona o assunto sobre a preservação da cultura local, a manutenção da história, fato que Ascurra ou a ser exemplo nos últimos anos. Nós, os jornais impressos, somos os guardiães dessa história.
A frase atribuída a George Santayna é uma das verdades mais contundentes e que se pode usar para a vida particular ou pública.
Indiscutivelmente a construção da história do mundo é controlada por grandes interesses e interessados, normalmente, os próprios Governos a conduzir seu povo ao seu próprio propósito. Na história de cada país isso se repete. Nos municípios a história é praticamente inexistente pela falta de amor às próprias características. Pela população, um pouco por ignorância, um pouco por ideologias, um pouco por inocência e muito pela aceitação das incisivas narrativas, especialmente no mundo cibernético, a história se perde e vira “estória”.
As pessoas que não têm domínio, que não conhecem, que não buscam ou bebem diretamente na fonte, acreditam em qualquer narrativa que alguém ‘grita’ com convicção, por mais evidente que seja a mentira contada. E assim o ado vai se esvaindo.
Grave, porém, é a perene negativa à História. Na tentativa diária de reescrevê-la, renega-se o direito à verdade. Muitos de nós não sabemos absolutamente nada sobre a própria história familiar, imagina sobre a história da cidade ou do próprio país. Poucas culturas estabelecem um vínculo com seu próprio ado. Dançar a tarantela e orgulhar-se dos anteados italianos é, de fato, algo belo, diria, belíssimo. Porém, esse eio pelas nossas origens não demonstra qualquer vestígio de respeito e profundidade na relação com a própria cultura e história, especialmente quando vemos a casa do fundador do município de Ascurra onde o ouro histórico impregna aquelas paredes. Outras casas fantásticas estão sendo demolidas e poucas se mantêm incólumes.
Talvez muitos não saibam, mas sem aprender com o ado, inclusive com os erros, muitos tentam mudar a história para trazer mensagens inverídicas e fundamentar suas próprias ficções. Nos furtam detalhes importantes da história do nosso Brasil, mas não podemos permitir que aqui, no jardim de nossa casa, em nossas cidadezinhas, nos esqueçamos ou não enfatizemos a trajetória historiográfica e de organização de nossa Ascurra, também de Rodeio e de Apiúna.
O ado compõe o homem. Nascemos com um ado intrínseco que traz a realidade.
Sim, nós não só enfrentamos como precisamos do discurso do costume, o discurso da família, o discurso do patriotismo. Por que o costume é algo que vem de onde? Dos ensinamentos do ado. Para ser família é preciso reconhecer o lar que é formado por pessoas que estão conosco e as que vieram antes. E para ser patriota é preciso conhecer a própria história, saber o porquê nossa bandeira é como é.
Seja na vida pública ou particular é necessário ter o à história como ela é, boa ou ruim, com preços ou apreços, com tiranias ou democracias, arbitrários ou justos. Dela se retira a voz dos atores sociais que podem nos ensinar através de fotos, documentos, estruturas físicas. Ainda que haja a evolução da sociedade, a distância entre o ado e o agora é tenaz porque ela se faz presente em todos os inventos e esboços atuais.
Ainda que criem heróis ou vilões (ainda que inexistentes), os tempos são outros, mas os problemas são os mesmos. Nos arquivos regionais podemos desvendar grandes soluções.
Para renovar as flores é preciso fortalecer as raízes.
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